segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Prólogo

Brasília, março de 2014


  O tempo seco e abafado envolve o planalto, cortado em linhas retas as avenidas que levam ao coração do poder do Brasil. O asfalto largo, e a grama pálida são invadidas, não por carros como costumeiramente, mas sim por inúmeros veículos de guerra do Comando Militar do Leste.

  Nenhum civil tem permissão para trafegar pela esplanada dos ministérios. Nem mesmo os repórteres que se amontoam como formigas buscando o melhor ângulo. Estão por todos os lados, na torre, sobre o viaduto da rodoviária, berço de nordestinos, agora invadido por potentes câmeras que filmam toda a estranha movimentação.

  Nada oficial fora divulgado. Nenhuma nota do Palácio do Planalto. O que permite uma dezena de suposições, de golpe militar, a declaração de guerra contra os Estados Unidos. Afinal há tempos discordam os países quanto á questão do Irã, e informações desencontradas dizem que Whashigton também foi tomada por militares. Mas não há nada de concreto, já que há dias os sinais de satélite vinham falhando.

  No gabinete da presidência, uma líder olha pela vidraça atônita, enquanto aguarda confirmação, e observa Brasília ser tomada por tanques, e jatos que cruzam o céu celeste.

  — Então ministro, é possível? Pergunta a presidente.
  — Senhora presidente, sim é possível. Diz o Ministro da Defesa com um semblante desanimador. Os dados do satélite são surpreendentes, há uma frota imensa lá fora. O mundo todos se prepara para uma invasão. Sentenciou como um juiz chinês que pune com a morte seus condenados.

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